Onde tudo é tradição!
Segunda-feira, 6 de Março de 2006
De Sol a Sol

Do livro Cores da Vida do nosso conterrâneo Arménio Rosa Medeiros, registamos este texto, das páginas 17 e 18.

…“Na aldeia, a vida corria ao sabor do vento. O tempo não passava com a mesma pressa do de hoje. O trabalho era de sol a sol. Todo ele trazia consigo a marca do sacrifício e da angústia que por vezes assolava o rosto e a face das gentes simples, pacatas, mas felizes, por sentirem as leis da vida e o descanso na consciência.

Na época, como não havia arado, charrua, tractor ou outro meio rústico de trabalhar a terra, para além da enxada, a mesma era dobrada à força do braço humano.           

Grupos de homens da aldeia, após um pequeno-almoço reforçado e suculento, dirigiam-se para os campos do futuro milho que era necessário cultivar e, em frentes de quinze e de vinte, levantavam a terra, qual arado, puxado a junta de bois.

Lá pelas dez horas, traziam as enxadas, espetavam-nas no solo seco e serviam-se delas como se fosse um banco de sentar. Vai daí, a patroa, puxava da cesta, a toalha grande de linho, estendi-a sob o solo e começava por colocar a "côdea," como se chamava a refeição àquela hora. E sabem como era regada? Não era com água nem com chá, não. Era regada a vinho tinto do bom e do melhor. Aquilo era comer e chorar por mais.

A chouriça e aquela morcela caseiras, com aquela broa de milho amarelo cozida em forno de lenha, regalavam e amparavam aqueles homens, na força, até à hora do jantar.

As doze em ponto, era servido o jantar no campo com todos os requintes. A toalha mais uma vez ia para a mesa. A mesa, era o chão onde todos se sentavam. Uns, no solo. Outros, no cabo da enxada como atrás dissemos. Todos comiam e bebiam normalmente.

A base da alimentação continuava a ser a carne de porco cozida com batata, hortaliça e farinheira, tudo acompanhado é claro, com o precioso líquido da região.

A seguir, uma valente sesta de quase hora e meia, controlada pelo relógio de sol. Após a dita sesta o serviço iniciava de novo até à merenda, onde mais uma vez se parava para apreciar um naco de pão com queijo e beber um valente copo do já famoso vinho.

Daí, à tardinha, era um salto de pardal.

Ora essa! O trabalho exigia uma reparação rápida das forças e não se fazia esperar.

À noite, quem queria, ficava. Aguardava-o uma ceia recheada de coisas boas e gostosas.               

Era hábito na terra, ninguém romper a tradição. Ali ficavam e alguns, só dali saíam directamente para a cama.”…



publicado por Mimosa às 11:47
link do artigo | comentar | favorito

Domingo, 5 de Março de 2006
Arménio Rosa Medeiros edita "Cores da Vida"
Arménio Rosa Medeiros é de todos conhecido desde há longos anos.
São do seu livro agora editado as notas sobre a sua biografia:

Arménio Rosa Medeiros, nasceu em Lisboinha, Pousaflores a 18 de Junho de 1943.

Após o Liceu partiu para Salamanca, Espanha, onde concluiu o Curso de Filosofia com a média de 14 valores.

No ano de 1965 já em Portugal, terminou o 2° ano de Teologia no Instituto superior Eclesiástico do Porto, embrião da futura Universidade Católica.

Depois de haver passado por alguns colégios como professor provisório, foi chamado para o serviço militar, onde frequentou e aprovou no Curso de Oficiais Milicianos.

Em 1970, embarcou com destino à Guiné onde permaneceu dois anos como Alferes. Quando regressou da Guiné, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Em 1974, concorreu à GNR, tendo iniciado o estágio em1975. Foi promovido a capitão em1989,a Major em 1997 e a Ten. Coronel em 2002.

Possui a medalha Comemorativa das campanhas de África (Guiné 1970-72), a medalha de Assiduidade de Segurança Pública, a medalha de comportamento exemplar Grau Prata e a medalha de Comportamento exemplar Grau Ouro.

Do seu"curriculum", constam ainda seis louvores. Um, atribuído pelo General Comandante Geral da Guarda Nacional Republicana. Os outros, pelos Comandantes de Unidade.

De 1997 a 2000 foi Comandante da Formação do Comando Geral da Guarda.

De 2000 a 2003 desempenhou as funções de 2° comandante do Grupo Territorial da Guarda Nacional Republicana em Penafiel.

Por último, ao ser promovido a Tenente-coronel, foi colocado na Brigada Territorial de Évora.

Tem publicado alguns artigos e alguma poesia, em diversos órgãos da comunicação social, regional, e na Revista da Guarda, "Pela Lei e Pela Grei" é o livro agora editado, que nos apresenta, numa forma muito pessoal, alguns momentos da vida, alguns  vividos na sua terra natal, Lisboinha, Pousaflores.

Cores da Vida



publicado por Mimosa às 11:42
link do artigo | comentar | ver comentários (1) | favorito

mais sobre mim
pesquisar
 
Outubro 2006
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
27
28

30
31


artigos recentes

Bairrada fez a festa da T...

Revista Miradouro Fez um ...

Pouso a caneta e não escr...

De Sol a Sol

Arménio Rosa Medeiros ed...

A FONTE DO MURTAL

Ás&Bisca

FONTE

O RIO

À FONTE DO MURTAL

arquivos

Outubro 2006

Setembro 2006

Maio 2006

Março 2006

Agosto 2005

Julho 2005

Novembro 2004

links
blogs SAPO
subscrever feeds