Onde tudo é tradição!
Domingo, 29 de Outubro de 2006
Bairrada fez a festa da Trocovenda

 

Mais um ano se cumpriu a tradição da feira da Trocovenda. 

 

 

     E se a época é sempre uma incógnica quanto a tempo, este domingo esteve mesmo óptimo para o convívio e para as trocas, claro das coisas da terra pelos euros do bolso.

 

    

    Os Cucos, dirigidas pela prof. Helena Gonçalves, graças aos cházinhos, ao mel, ao licor, e ao vinho da Boxa, têm vindo a melhorar os seus dotes musicais, ali bem manifestados nas bonitas canções que nos apresentaram.

 

    

Claro que, é evidente, com toda a sua coragem e esforço, pois estas coisas da música não aparecem só porque se é dotado. Agora, o que os Cucos precisam é de "outros ninhos" para apresentarem os seus dotes musicais. Estão pois de parabéns todos os que fazem parte desta  bonita "Cucaria"...

 

A prof Helena Gonçalves estava muito animada com o seu grupo. E os "Ai, Ai" das meninas da aldeia com o buraco na meia, fizeram a assembleia pedir mais.

 

Toda a assistência estava atenta. Até o cãozinho parecia calmo ao som da música

 

A Assembleia aplaudiu alegremente. E até a Ti Janeira não deixou de estar presente, apesar de  vir em cadeira de rodas.

     Mas, se os Cucos foram um prato especial,  o vinho, a agua pé, os pastéis de bacalhau, a entremeada souberam a sobremesa. E o pessoal do bar soube representar o seu papel até ao último momento.

 

   

       Bairrada é bairrista, e mais uma vez recebeu da melhor forma os amigos que a visitaram.

 

O "Farpas" faz as honras da casa e lá vai dizendo para o Eduíno, do Restaurante Galileu :"Vê lá se aprendes a  fazer uns pastéizinhos de bacalhau..."

 

     Para terminar, um bailinho à moda antiga, onde o Valdemar  Dias e o António Simões, sanfonando nos seus acordeões, acompanharam os famosos fadistas da terra e arredores, e fizeram toda a malta dançar até mais não poder ser.

     E agora, depois de darmos os parabéns, é esperar para o ano. Vai haver mais Trocas certamente.



publicado por Mimosa às 23:17
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Sábado, 30 de Setembro de 2006
Revista Miradouro Fez um ano!

A Associação de Cultura e Recreio de Pousaflores- ACREP, tem, desde Setembro de 2005, com distribuição gratuita, o seu Boletim, intitulado  " O MIRADOURO".

Neste mês de setembro foi  distribuído o nº 8, que podem consultar na página disponível pela ACREP - (Boletim nº8).

O Boletim é totalmente a cores e possui 12 páginas em bom papel.  Além de notícias actuais, o Boletim aborda os assuntos do Folclore, do Artesanato,da História, do Desporto, além de muitos outros, quer culturais quer de simples passatempo.

Como este boletim já indica Ano nº 2, aqui deixamos os nossos parabéns ao Jovem Boletim.

Embora estes parabéns sejam extensivos a todos os que com ele colaboram, teremos que salientar o dinâmico Nuno Ventura, que tem posto todo o seu saber e dedicação na causa da Cultura da sua terra.

E, para terminar, os parabéns  estendem-se a toda a ACREP, na pessoa do seu presidente e estimado amigo, Joaquim Ventura.

 



publicado por Mimosa às 12:34
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Domingo, 14 de Maio de 2006
Pouso a caneta e não escrevo

-paisagem Portela de S. Lourenço, 12maio2006

Pouso a caneta e não escrevo
Penso a rima e não versejo
Digo ao sonho, não me atrevo
Sem coragem, nem desejo!
.
Fiz-me ao dia sorrateiro,
Logo ao romper da aurora.
Sem atrasos nem demora
Procurei um bom terreiro,
Para dar um tiro certeiro
Com minh’ arma de relevo,
Peço perdão a quem devo,
Por não ser um bom guerreiro
Devolvo a arma ao armeiro
Pouso a caneta e não escrevo.
.
A arma da minha estima
Pontiaguda e deslizante
Retornou ao fabricante
Tem a mira um pouco acima
Altera-se com o clima
Desprovido como me vejo
Sendo grande o meu ensejo
Ainda que veja a Palaia
O Lebre mais sua faia
Penso a rima e não versejo.

.

Quando à tarde me passeio
Pelas serras da freguesia,
Em dias de ventania,
Confesso o meu receio,
Dos moinhos no seu volteio.
Vem a noite com seu enlevo
Serenar o bom mancebo
O sono enche-me a alma
Para não perder a calma
Digo ao sonho não me atrevo.

.

Se sonho que faço um verso
Posso até ficar vaidoso
Mas se acordo é curioso
Em problemas imerso
Pela certa me disperso
A vida que antevejo
Rouba-me o sabor do beijo
Das papoilas na seara
Anda à deriva e não pára
Sem coragem e sem desejo.

..........

António Directo, in: www.Pousaflores.net , 14 maio2006



publicado por Mimosa às 14:11
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Segunda-feira, 6 de Março de 2006
De Sol a Sol

Do livro Cores da Vida do nosso conterrâneo Arménio Rosa Medeiros, registamos este texto, das páginas 17 e 18.

…“Na aldeia, a vida corria ao sabor do vento. O tempo não passava com a mesma pressa do de hoje. O trabalho era de sol a sol. Todo ele trazia consigo a marca do sacrifício e da angústia que por vezes assolava o rosto e a face das gentes simples, pacatas, mas felizes, por sentirem as leis da vida e o descanso na consciência.

Na época, como não havia arado, charrua, tractor ou outro meio rústico de trabalhar a terra, para além da enxada, a mesma era dobrada à força do braço humano.           

Grupos de homens da aldeia, após um pequeno-almoço reforçado e suculento, dirigiam-se para os campos do futuro milho que era necessário cultivar e, em frentes de quinze e de vinte, levantavam a terra, qual arado, puxado a junta de bois.

Lá pelas dez horas, traziam as enxadas, espetavam-nas no solo seco e serviam-se delas como se fosse um banco de sentar. Vai daí, a patroa, puxava da cesta, a toalha grande de linho, estendi-a sob o solo e começava por colocar a "côdea," como se chamava a refeição àquela hora. E sabem como era regada? Não era com água nem com chá, não. Era regada a vinho tinto do bom e do melhor. Aquilo era comer e chorar por mais.

A chouriça e aquela morcela caseiras, com aquela broa de milho amarelo cozida em forno de lenha, regalavam e amparavam aqueles homens, na força, até à hora do jantar.

As doze em ponto, era servido o jantar no campo com todos os requintes. A toalha mais uma vez ia para a mesa. A mesa, era o chão onde todos se sentavam. Uns, no solo. Outros, no cabo da enxada como atrás dissemos. Todos comiam e bebiam normalmente.

A base da alimentação continuava a ser a carne de porco cozida com batata, hortaliça e farinheira, tudo acompanhado é claro, com o precioso líquido da região.

A seguir, uma valente sesta de quase hora e meia, controlada pelo relógio de sol. Após a dita sesta o serviço iniciava de novo até à merenda, onde mais uma vez se parava para apreciar um naco de pão com queijo e beber um valente copo do já famoso vinho.

Daí, à tardinha, era um salto de pardal.

Ora essa! O trabalho exigia uma reparação rápida das forças e não se fazia esperar.

À noite, quem queria, ficava. Aguardava-o uma ceia recheada de coisas boas e gostosas.               

Era hábito na terra, ninguém romper a tradição. Ali ficavam e alguns, só dali saíam directamente para a cama.”…



publicado por Mimosa às 11:47
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Domingo, 5 de Março de 2006
Arménio Rosa Medeiros edita "Cores da Vida"
Arménio Rosa Medeiros é de todos conhecido desde há longos anos.
São do seu livro agora editado as notas sobre a sua biografia:

Arménio Rosa Medeiros, nasceu em Lisboinha, Pousaflores a 18 de Junho de 1943.

Após o Liceu partiu para Salamanca, Espanha, onde concluiu o Curso de Filosofia com a média de 14 valores.

No ano de 1965 já em Portugal, terminou o 2° ano de Teologia no Instituto superior Eclesiástico do Porto, embrião da futura Universidade Católica.

Depois de haver passado por alguns colégios como professor provisório, foi chamado para o serviço militar, onde frequentou e aprovou no Curso de Oficiais Milicianos.

Em 1970, embarcou com destino à Guiné onde permaneceu dois anos como Alferes. Quando regressou da Guiné, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Em 1974, concorreu à GNR, tendo iniciado o estágio em1975. Foi promovido a capitão em1989,a Major em 1997 e a Ten. Coronel em 2002.

Possui a medalha Comemorativa das campanhas de África (Guiné 1970-72), a medalha de Assiduidade de Segurança Pública, a medalha de comportamento exemplar Grau Prata e a medalha de Comportamento exemplar Grau Ouro.

Do seu"curriculum", constam ainda seis louvores. Um, atribuído pelo General Comandante Geral da Guarda Nacional Republicana. Os outros, pelos Comandantes de Unidade.

De 1997 a 2000 foi Comandante da Formação do Comando Geral da Guarda.

De 2000 a 2003 desempenhou as funções de 2° comandante do Grupo Territorial da Guarda Nacional Republicana em Penafiel.

Por último, ao ser promovido a Tenente-coronel, foi colocado na Brigada Territorial de Évora.

Tem publicado alguns artigos e alguma poesia, em diversos órgãos da comunicação social, regional, e na Revista da Guarda, "Pela Lei e Pela Grei" é o livro agora editado, que nos apresenta, numa forma muito pessoal, alguns momentos da vida, alguns  vividos na sua terra natal, Lisboinha, Pousaflores.

Cores da Vida



publicado por Mimosa às 11:42
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Terça-feira, 2 de Agosto de 2005
A FONTE DO MURTAL

Junto à fonte vão beber

Duas meigas andorinhas,

Morrem de amor sem saber,

As águas são penas minhas!

(Fado das minhas penas: Francisco Bandeira Mateus)

 *****

Eu cresci com essa fonte,

No mesmo ano nascemos,

 Daquilo que lá vivemos,

As lembranças que vos conte,

Cobrem a altura de um monte!

Junto à Cêrca a vi correr,

Com límpidas águas encher,

Cântaros, asados, barris.

Consta que hoje os Javalis

Junto à fonte vão beber!

******

Duma ponta vinha "O Moço",

Da outra vinha o "Surrimpa",

Junto à nascente mais limpa,

 Ambos regavam do poço,

Via-os à hora de almoço,

No balanço às "braçadinhas",

A despejar "barriquinhas",

Para engrossar a levada.

Tinham visita marcada

Duas meigas andorinhas.

*****

Do Murtal que te estimava,

Quem hoje não se admira!

Toda essa gente tão gira,

Que sedenta te visitava,

Nos teus degraus se sentava,

Para o cansaço vencer,

Partiu para não mais te ver!

Correm águas da nascente,

Abandonadas à frente,

Morrem de amor, sem saber.

*****

Guarda-te a velha sobreira,

Que ao toque da leve aragem,

Faz ouvir entre a ramagem,

Em canto, a história inteira,

De quem descia a ladeira!

Do aspecto que antes tinhas,

Desde o cimo das escadinhas,

Olhando o teu fontanário,

Resta o meu imaginário,

As águas são penas minhas! ..

*********

de:

Conterrâneo Anónimo



publicado por Mimosa às 02:01
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Quarta-feira, 27 de Julho de 2005
Ás&Bisca
as_e_bisca.gifAs reformas e pensões....

- Ora, até que enfim que o encontro, compadre Bisca!!!
- Caro compadre Ás, atão vocemecê é que nim por cá aparece e óspois diz que eu é c’ando desaparecido!
- Olhe, a doutora mandou-me fazer umas análises e tenho andado de cá para lá, que até já me passou a doença e tudo!
- Imagino! Com a carteira mais leve até o compadre anda melhor!...
- Mas conte-me o que é que tem feito!
- Olhe, compadre Ás, ando muito desiludido. Se não fossem as festas que por aí têm aparecido acho c‘até já tinha desfalecido…
- Não me diga que ficou com saudade dos burros da serra!...
- Bom, lá isso gostei! Atão nã é que o nosso compadre presidente sabe guiar bem aquela coisa?! Tem jeito para a arreata!!!
- É preciso saber de tudo um pouco!
- Olhe, eu inté lá fiz uma cantiga cando o vi assentado im cima da besta: “Arreata, pum, pum, arreata pum, pum, arreata ó teu burrico….”
- Afinal vocemecê até está contente…
- É sol de pouca dura, compadre, e vou-lhe contar porquê.
- Conte lá…
- Ando triste. Ê já nim compro o jornal, mas lá vou lendo as maiores das primeiras páginas, ali do café. Ele é o nosso ministro das Finanças a receber uma pensão do catano, ele é os gestores dos hospitais com ordenados de luxo, ele é os autarcas da capital a receber fora da lei, ele é brutas carros prós presidentes disto e daquilo, ele é carros prós condutores dos bruta carros, ele é eu sei lá o caraças…
- Não se enerve, compadre, não se enerve, que essa linguagem já me parece que vocemecê está a ficar exaltado…
- Qual exaltado! Indignado!
- Mas porquê? Porque eles ganham muito? Vocemecê é que ganha pouco!
- Ora aí é que bate o ponto. Eu pus-me aqui a falar c’a nha Jaquina e então chegámos a uma acordo. Ela que já domina ali o computador fazia as contas e eu ditava: umas oliveiras na serra, um bocadito ali na Quinta dos Aciprestes, otro bocadito ali no Pobral, a trotinete, mais umas coisitas e assim chegámos à conclusão qu’ inda temos um dinheirito para entregar ó ‘stado…
-E então? Estou curioso!
-Atão é muito simples! A gente vai a Lisboa saber c’anto é que o nosso ministro das Finanças descontou para ter aquela reforma lá do Banco de Portugal e ê, que sou tã Português como ele, quero entregar o mesmo dinheiro para arreceber uma reforma igual….
-Ó compadre, vocemecê não é burro de todo…
-Atã pois! A gente entrega o mesmo que muitos desses compixas entregaram e certamente temos que ter os mesmos direitos…
- Ora toma! Bem pensado!!! Arre, burro!!!

in: Jornal Serras de Ansião, Julho 2005, António Simões


publicado por Mimosa às 05:48
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FONTE
pousaf_pessegueiro004.jpg
Ó fonte que estás chorando
Junto ao rio do Pessegueiro
Onde o rouxinol bebe
E depois vai p'ró loureiro!

1.
Que pitoresco lugar!
É obra da Natureza
Que encarregou a Beleza
Para o lugar adornar.
Não foi artista vulgar
Que te esteve preparando
Nem arquitecto mostrando
Ao vulgo, talentos seus.
És obra filha de Deus,
Ó fonte, que estás chorando

2.
Em noites de solidão
Quando eu em sonhos te vejo,
Eu louco, mando-te um beijo
Nas asas da viração.
Na noite de S. João
Toda és perfume e cheiro.
Com os cravos do craveiro
Fazem-te um arco, e com rosas
Há palavras amorosas
Junto ao rio do Pessegueiro

3.
Junto à torrente do rio
Formas sereno ribeiro
Que banha o Pessegueiro
Nas lindas noites de Estio.
O melro, com o assobio,
Dá-te aspecto mais alegre
Vem bafejar-te ao de leve
A brisa, que é tua amiga
Quando termina a cantiga
Onde o rouxinol bebe.

4.
Dos bosques, o trovador,
Em noites quentes, de prata,
Vem dar-te uma serenata
Em hinos cheios de amor.
Solta trinados sem dor
Pousadinho no loureiro,
É teu fiel companheiro
Nas horas de solidão,
Dá-te um beijinho ao serão
E depois vai p'ró loureiro

............
de: João Gonçalves (João do Lagar)
.........
Esta décima contém uma carga enorme de romantismo revelador de uma grande sensibilidade amorosa e comunhão com a Natureza. Poderá hoje ser um hino de qualquer grupo ecologista.


publicado por Mimosa às 03:27
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O RIO

Belo rio do Pessegueiro
Mereces mil atenções
Onde canta o rouxinol
Suas alegres canções.

1.
És a mais bela paisagem
Da nossa localidade
Quando há brisa suave
Perfumada pela aragem
À sombra dessa ramagem
Que nos dá o carvalheiro
Voando para o loureiro
Se vê a passarinhada
Tens um aspecto de fada,
Belo rio do Pessegueiro!

2.
De verdura matizadas
Estão as tuas duas beiras
Que é onde as lavadeiras
Estendem as roupas lavadas
As que são mais descuidadas
Lá ficarão sem quinhões
Até se jogam questões
Por causa do estendedouro
E das pedras do lavadouro.
Mereces mil atenções.

3.
Ao teu lado, a soluçar,
Fonte de água cristalina
Onde vai muita menina
Sua sede saciar
O seu rosto vão lavar
Antes do nascer do Sol
Quando a brisa pouco bole
Nas noites de S. João
Nas lindas noites de Verão
Onde canta o rouxinol.

4.
Devia-te ter reparado
A Câmara Municipal
E dispôr de algum capital
Que estás muito danificado
Devias ser alargado
E merecias ter brazões
Com essas reparações
As lavadeiras gozavam
E pressurosas cantavam
Suas alegres canções.

..........................
de: João Gonçalves (João do Lagar)
Esta décima parece ser uma das primeiras feita pelo autor porque ainda não se nota muita perfeição de métrica.
Quem poderia imaginar nesse tempo que "a mais bela paisagem da nossa localidade" estivesse hoje tão degradada e que o progresso pudesse contribuir para esvaziar de qualquer poesia aquele lugar?


publicado por Mimosa às 03:08
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Segunda-feira, 4 de Julho de 2005
À FONTE DO MURTAL
pousaf_murtal_fonte.jpg
**MOTE**
Havia uma fonte afamada
D'água fresca e saborosa
Que hoje está abandonada
Sob a sobreira frondosa.
--1
Do lugar em que nasci
Relembro-me com saudade,
Troquei-o pela cidade,
Mas nunca mais me esqueci
De tudo o que lá vivi.
Sua gente era animada,
Mesmo que pouco abastada;
Da terra tirava o pão;
P'ra dar água à região
Havia uma fonte afamada.
--2
Desciam as mães co'as filhas
Por um estreito carreiro,
No domingo soalheiro;
Nas cabeças as rodilhas
Para assentarem as bilhas;
Gente bonita e vaidosa
Em conversa rumorosa,
Pelo carreiro subiam,
Depois que as bilhas enchiam
D'água fresca e saborosa.
--3
À minha terra voltei,
Depois do mundo rodar;
P'rá minha sede matar,
P'rá fonte me encaminhei;
Com surpresa, não escutei
Nenhuma voz animada,
Só o rumor da levada,
Vindo do sopé do monte...
Solitária voz da fonte,
Que hoje está abandonada.
--4
Com sofreguidão, bebi
D'aquela água fresca e pura;
Senti profunda amargura
De ninguém mais ir ali.
Bebida de javali,
Tornou-se a fonte mimosa,
E, da gente valorosa
Que outrora por ali vinha,
Restou a lembrança minha,
Sob a sobreira frondosa. "

de: Trovador Tímido


publicado por Mimosa às 09:11
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